Existe em alguma realidade mutavel em algum lugar. Alguma pessoa acorda todo dia em uma realidade diferente, já tendo toda uma vida nessa realidade. E como toda realidade, existe a existência, e questões existenciais. Aqui relatos deste alguem...
sexta-feira, 20 de julho de 2012
Para testar 1
http://soundcloud.com/matgcoelho/me-ajuda-a-compor
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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
A beleza
Sentar-se
a sombra de uma
árvore é o que
há para fazer de
melhor. Pensou Artor antes de levantar-se, tirar as folhas
do escudo espelhado e beber um pouco de água do cantil feito com
chifre de bode das montanhas.
Artor
era um aventureiro que nunca teve uma flecha cravada ao calcanhar ou
joelho. Ele pertencia a classe que era geralmente chamada de
Paladino da Natureza. Um Paladino da Natureza nada mais é do que um
guerreiro que defende a justiça do Deus do Universo, Princípio
Primeiro, no(s) mundo(s). Esta classe é reconhecida a distância por
todo e qualquer que tenha algum conhecimento sobre os deuses. Todos
eles portam uma espada com cabo de bambu e tem olheiras profundas por
nunca dormirem.
É muito
comum que aqueles ligados ao clericato desejem uma aparência física
com a do seu Deus, mas, no caso dos Paladios da Natureza não há
muito o que se fazer. Um dos seus juramentos é não dormir até que
toda a injustiça tenha um fim no universo, até que todos vivam em
paz com seu trabalho e todos sejam tomados pela sabedoria e pelo amor
um Paladino da Natureza não pode dormir. Isso lhe dá olheiras que
fazem com que pareçam-se com seu Deus, que muitas vezes é
representado pela figura de um urso panda.
Artor
portava uma camisa branca abaixo da cota de malha preta, assim como
ordenava a classe. Da mesma maneira seu escudo espelhado era branco
de bordas pretas.
Aquele
era
um
dia
calmo.
Tinha
viajado
a
pé
pelas
estradas
do
rei
durante
dois
dias
logo
após
que
saiu
da
estalagem.
Até
então
o
Deus
do
Universo
não
lhe
dera
nenhum
desígnio,
missão,
nenhum
indício
de
para
onde
ir,
apenas
quis
observar
a
natureza
que
era
bela.
O
que é a beleza?
Artor
pensou
em
voz
alta
alguns
passos
depois.
As
palavras
saíram
por
sua
boca
quase
sem
perceber.
O
Deus
do
Universo
criou
a
beleza,
e
talvez
pudesse
avisar
a
deusa
da
beleza
que
devesse
enviar
alguém
para
que
lhe
respondesse
aquela
pergunta.
Assim
foi
feito.
Uma
dama
de
vestido
branco
saiu
por
de
traz
de
uma
árvore
e
o
perfume
de
seus
cabelos
passava
pelo
vento
para
seus
pulmões
como
mágica.
- Ser belo é brilhar! Disse a mulher com a voz de sereia, tão calma e leve quanto areia.
- Deve tomar cuidado com esses campos, senhorita. A moça pode encontrar alguns problemas por estes caminhos.
- Sei que me protegeria, se eu precisasse, jovem Paladino.
Estava
apenas passando para recolher maças das árvores e não pude deixar
de ouvir seu questionamento. Posso por acaso ajuda-lo?
- Ora, isso quem pode me dizer é você, moça. Pode, por acaso, me ajudar a encontrar qual a origem da beleza e me fazer assim ter mais sabedoria na minha mente e no meu coração?
- Claro que posso, pois ouvi palavras divinas. Palavras divinas também sei pronunciar.
- Antes de mais nada, moça. Pode me dizer com quem tenho a honra de conversar e aprender sobre a beleza?
- Minha mãe me deu o nome de Alfa em homenagem a deusa da beleza. Mas, pode-me chamar de amiga, de amor, de minha deusa, do que desejar. Por ter esse nome quis saber das questões da beleza desde que nasci. E tu, senhor? Vai me fazer a cortesia de dizer seu nome?
- Me chamo Artor Darkasuda, sou Paladino do Natureza, do Deus do Universo criador dos deuses e dos mundos. Procuro o bem para tudo que há e desejo ser o caminho para a justiça. Peça o que quiser, senhora. Se isso for bom, procurarei realizar. Eu, portanto, te peço algo bom. Moça, diga-me, qual a origem da beleza?
- Certo, Artor. Peço então, em troca, algo bom. Peço que me escute com atenção, pois, estas palavras são verdade.
“Deus
Panda, o Deus do Universo, decidiu, certa vez, criar o homem. Criou
então Proépis. Para Proépis o Deus Panda deu o presente de viver
no mundo. No mundo existiam as árvores, as águas, o solo e os
animais. E certa vez Proépis invocou ao Deus do Universo.
- Oh, Deus Panda. Tu és de tudo o mais sábio. Sabe muito bem que preciso de alguém do meu sangue para dividir meu nome, para conversar no mundo. Preciso de um amigo, de um irmão.
- Ora, isso causará uma divisão. Se queres uma amigo que seja pra ti como irmão, este terá que sair de ti. Terá então que dividir seus dons. É isso que quer? - Disse então o Deus Panda.
- É isso sim que quero. Divida então para que eu tenha a máxima prudência e possa sempre pensar a frente e que meu irmão viva sempre a vida de agora, sendo o mais espontâneo.
- Assim será, pois, tem uma boa alma.
O Deus
Panda assim dividiu Proépis. Criou então Prometeu aquele que pensa
antes e Epimeteu aquele que pensa depois.
Epimeteu
começou a dar nomes aos animais, plantas, solos... Só que sempre
dava um nome diferente todas vez que falava. Prometeu deu a ideia de
dar nomes fixos para tudo no mundo, e junto com os nomes Epimeteu
poderia dar-lhes também o seu talento. Assim fez, e dividiu os nomes
e talentos, só que esqueceu de dar talento ao bicho homem. E quando
Prometeu viu isso ficou triste.
Decidiu
então roubar uma fagulha do fogo mágico do Deus Panda. O deus Panda
deixou e fingiu não saber do que estava acontecendo. Tempos mais
tardes O Deus Panda desce a terra para conversar sobre o ocorrido.
- Ora, achou que eu não ia perceber? Uma fagulha? Devia ter dado os talentos para os homens você mesmo Prometeu, ou não imaginou que Epimeteu poderia falhar?
- Senhor do Universo. O quer queres que eu faça, deixe parte da tua criação sem talento algum?
- Não, isto também seria errado. De certa forma você foi justo, pois deu o tesouro a um necessitado. Mas de certa forma foi errado, pois tirou algo de alguém. Como consequência lhe darei algo que de certa forma é das maiores dádivas e de certa forma é dos piores castigos.
Deus Panda voltou ao céus dos Pandas e criou um presente. Deu a
oportunidade de cada
Deus ajuda na criação. O deus da palavra deu ao presente a arte de
dizer palavras capazes de acalmar e de ludibriar. A deusa da
Sabedoria lhe deu a arte da estratégia da vida...
Prometeu logo chegou em casa e avisou a Epimeteu para não receber
nada que o Deus
Panda lhe enviasse, mas quando chegou do trabalho na plantação
avistou o presente dos deuses
sentada em uma cadeira.
- Ela brilha. Disse Prometeu ao ver a primeira mulher.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
Olá Amrod
Amrod estava na sua sala de estudos, ou em uma das várias, em sua infinita biblioteca, de vários e vários quilómetros e andares. Foi quando três gotas de luz caíram do teto, como aquelas goteiras que se tem em dia de chuva. Mas não há goteiras no castelo do elfo Amrod, é um castelo mágico, como poderia haver goteiras? Ainda mais, goteiras de luz...
As gotas se espalharam pelo chão, formaram uma poça de luz. Um metro de diâmetro. Da poça de luz saiu um clarão que tomou-se como um feixe até o teto, depois toda a sala, como um relâmpago.
-Três gotas de Luz. Trinta planos de distância. Foi uma viajem longa, não, Artor Darkasuda? - Perguntou Armod, com seu cabelo branco e longo jogado sobre o livro que lia.
-É, viajei trinta planos, dez para cada gota.
Era Artor. Vestido em uma armadura de prata forjada com Opala e um Mitril com esmeralda. Seus cabelos estavam molhados, como se estivessem saídos da chuva.
-E o qual o motivo dessa sua ilustre presença? Perguntou o velho elfo psicanalísta.
-Eu vim agradecer. Veja o que sou hoje, tenho a felicidade, tudo o que preciso. Venci a batalha com os Zumbis, e a guerra está tendo bons resultados, as batalhas são sangrentas, mas, cada vez mais zumbis voltam a vida. Eu consegui a armadura que precisava para poder me proteger de todas as sombras, e tenho comigo uma espada capaz de cortar toda a injustiça. Estou bem, feliz... e você me guiou para esse caminho, sábio elfo.
Nesse momento Artor toca na Opala cravada no cabo de sua espada longa, rapidamente as paredes se distorcem e estão uma sala de um castelo, com o tesouro. Vários itens mágicos brilham a sua volta. Há além do castelo uma floresta, que é quase tão bela quanto os olhos castanhos daquela linda menina... há montanhas, há um vale...
-Diga-me o que quer de presente, sábio elfo. Já sei qual será sua resposta, mas me ensinou a ser educado também. Quero que escolha qualquer coisa que possa te dar.
-Já sabe que não quero nada.
-Como pensei.
Em um piscar de olhos estavam na sala de estudos de Amrod Ingloriom.
-Ainda não sei tanto quanto você, Amrod. Sei o que você quer, mas, o que há por trás de seu desejo.
-Sabe muito bem o que quero. Não quero nada, já tenho o que quero. E você também... olhe. Recebe agora minha alta, não precisa mais das sessões de psicanálise que te fazia antes. Está curado, está feliz. Perceba que o teu trabalho segue em rumo firme, mesmo com crise, tem todo o ouro que precisa... e sabe que o mundo é cheio de amor.
-Claro, sei disso tudo. Me sinto em paz, alegre, completo, sereno...
-Nós dois. Afinal, somos todo parte de um ser uno. Somos frutos de sua mente, somos a alma do Ser, que é. Você é a parte irascível, e eu represento o logisticon.
-Sim, entendo... mas o que é aquilo que nutre, que tem nos dado força.
-Ora, Artor, o Ser, que é, parece que tem sua parte da alma que o nutre. E aqueles olhos castanhos tem dado muita força ao Ser. Ele não é idiota, ele é sábio, sabe que tudo pode mudar e voltar a ser como era. Mas o Ser está feliz, sua alma está em paz.
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