quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Olá Amrod

Amrod estava na sua sala de estudos, ou em uma das várias, em sua infinita biblioteca, de vários e vários quilómetros e andares. Foi quando três gotas de luz caíram do teto, como aquelas goteiras que se tem em dia de chuva. Mas não há goteiras no castelo do elfo Amrod, é um castelo mágico, como poderia haver goteiras? Ainda mais, goteiras de luz...

As gotas se espalharam pelo chão, formaram uma poça de luz. Um metro de diâmetro. Da poça de luz saiu um clarão que tomou-se como um feixe até o teto, depois toda a sala, como um relâmpago.

-Três gotas de Luz. Trinta planos de distância. Foi uma viajem longa, não, Artor Darkasuda? - Perguntou Armod, com seu cabelo branco e longo jogado sobre o livro que lia.

-É, viajei trinta planos, dez para cada gota.

Era Artor. Vestido em uma armadura de prata forjada com Opala e um Mitril com esmeralda. Seus cabelos estavam molhados, como se estivessem saídos da chuva.

-E o qual o motivo dessa sua ilustre presença? Perguntou o velho elfo psicanalísta.

-Eu vim agradecer. Veja o que sou hoje, tenho a felicidade, tudo o que preciso. Venci a batalha com os Zumbis, e a guerra está tendo bons resultados, as batalhas são sangrentas, mas, cada vez mais zumbis voltam a vida. Eu consegui a armadura que precisava para poder me proteger de todas as sombras, e tenho comigo uma espada capaz de cortar toda a injustiça. Estou bem, feliz... e você me guiou para esse caminho, sábio elfo. 

Nesse momento Artor toca na Opala cravada no cabo de sua espada longa, rapidamente as paredes se distorcem e estão uma sala de um castelo, com o tesouro. Vários itens mágicos brilham a sua volta. Há além do castelo uma floresta, que é quase tão bela quanto os olhos castanhos daquela linda menina... há montanhas, há um vale...

-Diga-me o que quer de presente, sábio elfo. Já sei qual será sua resposta, mas me ensinou a ser educado também. Quero que escolha qualquer coisa que possa te dar.

-Já sabe que não quero nada.

-Como pensei. 

Em um piscar de olhos estavam na sala de estudos de Amrod Ingloriom.

-Ainda não sei tanto quanto você, Amrod. Sei o que você quer, mas, o que há por trás de seu desejo.

-Sabe muito bem o que quero. Não quero nada, já tenho o que quero. E você também... olhe. Recebe agora minha alta, não precisa mais das sessões de psicanálise que te fazia antes. Está curado, está feliz. Perceba que o teu trabalho segue em rumo firme, mesmo com crise, tem todo o ouro que precisa... e sabe que o mundo é cheio de amor.

-Claro, sei disso tudo. Me sinto em paz, alegre, completo, sereno...

-Nós dois. Afinal, somos todo parte de um ser uno. Somos frutos de sua mente, somos a alma do Ser, que é. Você é a parte irascível, e eu represento o logisticon.

-Sim, entendo... mas o que é aquilo que nutre, que tem nos dado força.

-Ora, Artor, o Ser, que é, parece que tem sua parte da alma que o nutre. E aqueles olhos castanhos tem dado muita força ao Ser. Ele não é idiota, ele é sábio, sabe que tudo pode mudar e voltar a ser como era. Mas o Ser está feliz, sua alma está em paz.

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