sexta-feira, 18 de março de 2011

Tribo dos sapiens-cariris

-Imagine, ou melhor, pense. A história é empírica, certo? Perguntou Artor.
-Sim. Respondeu a Índia.
-A empiria é contingente, digo, do empírico no máximo posso aproveitar as indulções?
-Sensações, sim, sim!
-Do contingente não posso ter conhecimento algum, nada que seja certo. Sendo a história empírica é também contingente. O conhecimento está em colocar métodos de entendimento da razão no fenômeno, que é icognocível como objeto em si. E relações sociais, são também história, certo?
-Certo. Afirmou a Índia.
-Sendo a história, relações sociais, contingentes, meros fenômenos, não tem valor de conhecimento a priori, não tem valor de verdade. Compreender isso hoje me fez aceitar a solidão. E você, pequena Índia, como lida com a solidão.
-Não, a história é um passado. Pode até não ter valor de verdade, mas fez parte. Foi fruto que uma falta que pode ou não ser suprida.
-Não entendi.
-Fez parte de sua vida, a solidão é fruto que alguma perda que pode vir a ser suprimida por alguma outra coisa. A solidão deve sim ser vivida para que esse fato que se fez sentir possa ser encarado como algo contingente.
-Mas isso não me traz conhecimento algum da realidade, nem me faz um homem melhor.
-Da realidade não, mas uma homem melhor sim, Artor. Já pensou como seria se nada fosse sentido? Ou transmitido sem uma relação sentimental e racional. Não seria possível uma relação lógica.
-A pergunta é: De que vale o sentimento? Da razão, é importante uma relação com ela, mas ela não se dá no contingente.
-Um sentimento, em primeiro lugar, é uma junção do que seus sentidos absorvem e transmitem. Sem o sentimento não poderíamos ser diferenciados de qualquer outra coisa, sim, o pensar é parte dos sentimentos.
-A lógica precisa dos sentimentos?
-Sim, Artor. Duas premissas e uma conclusão. Todas as indulções feitas com as mesmas precisam ser passadas pelo sentimento.
-A lógica não precisa de indulção, embora possa usar a mesma, auto-deturpando-se. Zeus é deus. Deus é imortal, logo; Zeus é imortal. Neste silogismo quase modus barbara nada depende da empiria, ou, me dirá que Zeus é dado no empírico, mesmo para os gregos clássicos?
-Zeus vem a ser a necessidade de um ente com os sentidos mais apurados. Tendo-se este, temos também sentidos, como dizem os mitos.
-Então outro silogismo: Toda alma é incorpórea,Todo incorpóreo é icognocível, logo; Toda alma é icognocível. Aqui não há indulção ou dependência da empíria, ou há?

(...)

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